O lĂder da bancada do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que as revelações são estarrecedoras e chocam o paĂs. "Ninguém aqui estĂĄ festejando porque o ex-presidente foi denunciado, vai ser julgado e condenado pelo Supremo Tribunal Federal. Os fatos aqui são gravĂssimos, essa é uma das pĂĄginas mais tristes da história do paĂs".
Ele também defendeu justiça para todos os envolvidos nos crimes citados na denĂșncia. "O Brasil precisa passar a limpo essa história. O que houve é muito sério, tem a ver com democracia, com o fortalecimento das nossas instituições".
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que o partido defende o devido processo legal para os envolvidos. "O lugar dessa gente é no banco dos réus e é lĂĄ que eles vão estar. E isso só vai ocorrer porque Bolsonaro não foi [eleito novamente] presidente, porque se fosse presidente nós não terĂamos garantia do devido processo legal para nada nesse paĂs".
Gleisi avalia que a denĂșncia deixa muito claro que a intenção era impedir Lula de assumir a presidĂȘncia do Brasil. "Bolsonaro sabia que para derrotar Lula ele tinha que também derrotar o processo eleitoral, ele tinha que derrotar o estado democrĂĄtico de direito, a democracia".
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que integrou a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o 8 de janeiro, lembrou que pela primeira vez no Brasil golpistas serão punidos. "Os filhotes de torturadores da ditadura militar estão aĂ e tentaram dar um novo golpe", destacou.
Mais cedo, deputados de oposição na Câmara dos Deputados também fizeram uma coletiva para comentar a denĂșncia. O deputado Zucco (PL-RS), lĂder da oposição na Câmara, leu um manifesto em nome do grupo argumentando que a denĂșncia da PGR contra Bolsonaro representa "mais um degrau na escalada criminosa contra a liberdade dos brasileiros".
"Trata-se de uma série de acusações desprovidas de evidĂȘncias concretas que sustentem as graves acusações imputadas. Uma verdadeira peça de ficção, uma denĂșncia encomendada", defende o documento.
O parlamentar também alertou sobre o "estado de exceção que se instala silenciosamente" no paĂs. Segundo Zucco, o Brasil vive um processo de censura, perseguição polĂtica e ataque às liberdades individuais e coletivas.
Portando cartazes com os dizeres "perseguição polĂtica" e "anistia jĂĄ", a oposição fez um apelo às organizações internacionais de direitos humanos para que pressionem as autoridades responsĂĄveis sobre a situação no Brasil.